COMO
AS TECNOLOGIAS INFLUENCIAM NA APRENDIZAGEM
Silvana Bezerra de
Morais
A maioria dos debates sobre tecnologias geralmente vem associados à máquinas, robôs, computadores e
eletrônicos. Contudo, desde os primórdios que nos utilizamos cotidianamente de
vários tipos de tecnologias. Como podemos ler em Kenski (2007, p. 15), as tecnologias
datam do início da formação da espécie humana. A própria invenção da roda é um
tipo de tecnologia que denota a preocupação do homem pré-histórico em avançar. A utilização do raciocínio na obtenção de
utilitários que facilitem a vida e aperfeiçoem o tempo têm se manifestado em
toda a história da humanidade.
Portanto, vale
ressaltar que o termo não diz respeito apenas às máquinas ou engrenagens, pois
segundo Kenski (2007, p. 22): [...] O
conceito de tecnologia engloba a totalidade de coisas que a engenhosidade do
cérebro humano conseguiu criar em todas as épocas, suas formas de uso e
aplicações.
No caso da Educação,
podemos citar o quadro negro e o giz como uma forma tecnológica de facilitar o
aprendizado humano. Sócrates se utilizava da oralidade
para se expressar e nem por isso deixamos de compreender seus pensamentos através dos escritos de Platão. A
oralidade também pode ser considerada como uma tecnologia necessária ao avanço
da comunicação humana.
Na sociedade do
conhecimento, em um mundo globalizado, nos distanciamos de discussões acerca
das origens das tecnologias e nos preocupamos com a sua utilização. O uso de
novas tecnologias em sala de aula, por exemplo, pode, com o planejamento
adequado e utilização correta do fator tempo, propiciar uma aprendizagem
prazerosa, vergada na motivação.
O nosso cérebro reage
melhor ante as novidades, quando se trata de aprendizagem, dizem os
especialistas reconhecidos, como Antonio Damásio, neurocientista português que
estuda o cérebro humano e as implicações da memória para as questões relacionadas
à aprendizagem. Retemos melhor em nosso cérebro o que nos chama mais atenção, nos
desafia.
Em nossa sociedade
atual as tecnologias se tornaram fundamentais para a aquisição do conhecimento
visto que as informações são dinâmicas e estão em constante mutação. Em uma
sala de aula, especificamente, podemos compreender o aluno contemporâneo como
um ser ativo no processo de domínio de informações. Não se aplica mais a
chamada Educação Bancária, tão preconizada por Paulo Freire.
Nesta perspectiva
podemos compreender as novas tecnologias como de fundamental importância para a
motivação do aluno na implementação de conceitos recém elaborados e aplicações
de novas descobertas. Certamente que tais recursos devem seguir planos concretos,
coerentes e flexíveis. Não adianta adotar novas tecnologias se a prática
docente não muda.
Até mesmo o livro
didático pode ser utilizado de modo a proporcionar a aprendizagem esperada. Só
depende das formas de utilização. No meu caso, estou experienciando uma nova
maneira de adquirir, manter ou aprimorar a leitura entre meus alunos do 3º Ano.
Eu comprei uma caixa de som e um microfone e todos os dias os alunos são incentivados
a ler para os demais, utilizando-se do microfone. Eles adoram e todos fazem
questão de ler pequenos textos do livro didático de diversos gêneros. Tal
atitude facilita o aprendizado, mas não pode ser a única forma de ensinar.
Muitos dos mestres
pelos quais passei na faculdade se utilizaram de tecnologias como o pincel e o
quadro branco e nem por este motivo deixei de aprender. Em muitas ocasiões as
novas tecnologias em minha sala de aula, enquanto professora, não foram
suficientes para a obtenção de objetivos de aprendizagem. Portanto, resta-nos,
enquanto educadores, selecionar e utilizar da melhor forma possível as
tecnologias disponíveis.
Concluímos que tais recursos existem para facilitar nosso trabalho enquanto mediadores do processo de ensino-aprendizagem e influenciam o aluno a pensar e refletir acerca de seu papel na sociedade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
KENSKI, V.M. O que são tecnologias e por que elas são essenciais. In: Educação e Tecnologias: O Novo ritmo da Informação. Campinas, SP: Papirus, 2007.